Crescimento do crédito imobiliário e valorização dos imóveis no Brasil

O preço dos imóveis está bombando em todo o Brasil. Apenas alguns anos atrás, não muito além de 2003, havia até casos de apartamentos em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Curitiba chegavam a ser trocadas por motos de grande cilindrada e carros, mano a mano. Hoje em dia, não se considera carro nem para 10% do pagamento.

Até porque o apartamento que era trocado por moto há 7 anos atrás valia cerca de R$ 60 mil e hoje vale R$ 200 mil (já a moto, uns R$ 10 mil). Uma valorização que se tem verificado em todo o país, e de maneira especialmente dramática em Brasília e Curitiba. Qual a razão? Basicamente, crédito imobiliário.

Os imóveis, hoje, normalmente são comprados com financiamentos longos, de 30 anos, o que era raro anteriormente. Neste caso, mesmo que o preço do imóvel esteja bem mais alto, vale a pena deixar de pagar aluguel para financiar um imóvel, já que se está pagando por uma propriedade. Os preços dos imóveis tem subido a taxas parecidas com as de expansão do crédito imobiliário nos últimos anos.

O crédito imobiliário tem crescido a taxas superiores a 20% desde 2005, indo de 1,4% do PIB em 2005 para 2,2% em 2008. Para este ano, há quem espere expansão ainda maior, de 45% ao ano até 2015, para chegar a 11,4% do PIB em 2014. Os números podem parecer impressionantes, mas não são. O crédito imobiliário é, hoje, 2,9% do PIB. Em comparação, no México esse número chega a 9%, no Chile a 17% e nos EUA (não um exemplo muito bom) a 65% (dados de Nelson Schver Advogados).

Ou seja, ainda há sim muito espaço para o crescimento do crédito. Se o movimento continuar, a tendência é que mais pessoas troquem seus alugueis por financiamento, o que pode sim pressionar o preço para cima. Por outro lado, há muita oferta de imóveis novos e um limite à capacidade de endividamento das famílias, o que coloca um freio no crescimento dos preços. Cabe notar também que a economia tem crescido aceleradamente, chegando a ficar, no primeiro trimeste de 2010, 9% acima do primeiro trimestre de 2009. No entanto, o crescimento vem com pressão inflacionária e, para segurar, o governo já aumentou a taxa Selic para patamares acima de 10% ao ano novamente. Taxas de juros maiores tornam a compra de imóvel menos atraente como investimento.

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