Ao contrário do que afirmam muitos pesquisadores e veículos de comunicação, não há uma bolha imobiliária no mercado residencial do Brasil. Porém, os preços dos imóveis continuam muito caros para a realidade dos brasileiros, já que a renda dos trabalhadores não cresce na mesma velocidade que o valor dos imóveis.
O professor João da Rocha Lima, coordenador do Núcleo de Real Estate da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, fez uma análise sobre o preço dos imóveis no Brasil, e chegou à conclusão de que em 2011 os preços chegaram a ficar 22% mais caros do que o preço justo dos imóveis, e continuaram crescendo gradativamente, até se firmarem novamente em 2013. “Seria razoável se os preços subissem de acordo com a curva de capacidade de compra. Mas eles cresceram muito acima dessa curva. O que comprova que isso é verdadeiro é que os imóveis estão ficando cada vez menores. A renda não tem crescido na mesma proporção, porque os custos de construção estão subindo muito acima da renda”, afirma João da Rocha.
Esse aumento exagerado pode ser facilmente percebido pelas milhões de pessoas que sonham em ter a casa própria, mas que por causa do alto custo acabam desanimando ou comprando um imóvel numa localização distante do centro da cidade e do local de trabalho. O aumento dos preços também varia em cada cidade. Em Brasília, Recife e Niterói, por exemplo, os preços dos imóveis são altíssimos e muitas vezes quem busca um imóvel nesses locais precisa fazer financiamentos longos e ter uma renda alta.
João da Rocha Lima acredita na possibilidade de que os preços possam ter uma queda de aproximadamente 6% dentro dos próximos anos, segundo estudos da Poli-USP. Ele afirma que, para que essa queda de preços possa ocorrer, as construtoras precisam praticar custos mais eficazes. “A partir do momento em que elas forem capazes de moderar sua eficiência de produção, em que se verificar que a obra ficou mesmo mais barata, aí pode haver uma compressão de preços”, concluiu o professor.
Por Nathalia Henderson
foto: Divulgação
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