Suspensão do Financiamento Imobiliário Pró-Cotista da Caixa Econômica

Banco anuncia que irá suspender novos contratos para este tipo de financiamento.

A CEF, Caixa Econômica Federal, na última sexta-feira, dia 5, informou que foram suspensas contratações novas de crédito imobiliário utilizando recursos do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), a linha pró-cotista.

Esta linha financia a aquisição de imóveis que custem até R$ 950 mil nos estados de Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, e nos outros estados de até R$ 800 mil.

A instituição, nas próximas semanas, irá receber aproximadamente R$ 3 bilhões para os recursos desta linha sejam complementados.

A Caixa negou que tal suspensão se relacione com a falta de recursos devido ao saque dos valores de contas inativas do Fundo, que foi autorizado pelo presidente Michel Temer, o qual disse que foram resgatados R$ 15 bilhões nos últimos dois meses, e ainda espera-se que esse valor chegue a R$ 40 bilhões até o meio do ano.

A taxa de juros cobrado na linha da pró-cotista para cidadãos não correntistas está no valor de 8,61% anuais. Por outro lado, o SBPE tem taxa de 10,49% anuais.

A Caixa, que é a maior instituição concessora de crédito de imóveis do Brasil, tem sofrido nos últimos dois anos com as contínuas mudanças no setor, devido as mudanças da Selic e a recessão no país.

No ano de 2015, a taxa básica de juros era de 14,25% anuais e a caderneta de poupança, a qual paga 6% ao ano, teve liquidado o valor de R$ 53,6 bilhões. Já em 2016, o resgate da poupança foi de R$ 40,7 bilhões.

Desta forma, os empréstimos que foram concedidos através do SBPE em 2016 para construção e compra de imóveis abaixaram em 38,3% ao comparar com o ano de 2015, sendo o nível mais baixo desde o ano de 2009. Só não foi pior este desempenho devido ao financiamento com valores do FGTS ter aumentado em 18,5%.

De acordo com um executivo da instituição, o banco irá tomar suas ações para que seu orçamento seja cumprido, prevendo conceder R$ 84 bilhões em financiamentos para o setor da habitação em 2017, diante de R$ 81,5 bilhões no ano de 2016, levando em consideração todas as linhas.

FILIPE R SILVA

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