Saiba aqui o que é mais vantajoso, comprar ou alugar um imóvel.
O sonho da casa própria é praticamente uma tradição da cultura brasileira. É um objetivo que une de jovens recém inseridos no mercado de trabalho a chefes de família buscando a estabilidade financeira. Entretanto, com mais informações a respeito de investimentos, somado ao desejo, que em muitos casos é uma necessidade, de multiplicar suas fontes de renda, tem sido comum o dilema: o que vale mais a pena, financiar um imóvel ou alugar?
A conta é mais complexa do que parece. Afinal, é muito fácil, ao se ter dinheiro suficiente, optar pela aquisição do imóvel. É uma opção natural, já que, numa matemática simples, morar em casa própria significa se livrar dos gastos mensais com aluguel. O que pouca gente leva em conta é que, ao ser proprietário de imóvel, você se torna responsáveis por outros gastos relativos à manutenção do bem. São reparos estruturais, a depender da idade do imóvel, pintura, reformas, consertos pontuais, seguros, impostos, dentre outros gastos. Ao ser locatário, você não responderá por esses custos e ainda não precisará pagar o custo do financiamento. Dessa forma, haverá a economia de um valor que poderá ser aplicado em alguma forma de investimento.
Está bem cristalizado no senso comum que alugar é perder dinheiro, afinal, você abre mão daquele dinheiro todo mês e não recebe nada além do direito de ali permanecer durante aquele período. Porém, é importante ter atenção aos juros. Em determinados momento, é mais lucrativo viver de aluguel. Assim, ao aplicar o dinheiro da entrada para aquisição do imóvel em outro investimento, o dinheiro irá render e futuramente você terá um valor ainda maior. Se, ao fim do período, o objetivo continuar sendo a compra da casa própria, caso o dinheiro tenha rendido por um bom tempo, você poderá comprar um imóvel melhor, maior ou em localização mais privilegiada – e, se tiver sorte, existe ainda a possibilidade de encontrar o mercado imobiliário em momento de baixa.
Sendo assim, há estudos das universidades americanas de Wyoming, Florida Internacional e Florida Atlantic, que indicam que o melhor é guardar o dinheiro para outros investimentos que não sejam o mercado habitacional. Isso porque os valores de imóveis apresentam intensa flutuação, o que pode fazer de seu investimento algo que nem sempre será vantajoso. Ainda segundo os estudos, os valores do mercado imobiliário seguem, indiretamente, o valor de ações. Ou seja, o investidor não irá perder dinheiro ao comprar papéis.
É importante, evidentemente, que aquele que opte por morar de aluguel com a finalidade de economizar, reinvesta o valor economizado. Isso é o que raramente acontece. Na maior parte dos casos, o inquilino reverte a diferença do preço do aluguel em relação ao valor do financiamento de um imóvel em bens de consumo. Essa manobra poderá viabilizar uma boa qualidade de vida, mas no que tange à criação de riqueza é a opção menos favorável.
No caso de imóveis financiados, a balança deve levar em conta alguns fatores. O principal deles é verificar o prazo do financiamento. Quanto mais longo, maiores serão os juros e maior seria o tempo em que seu dinheiro estaria rendendo em alguma aplicação. Outro ponto a ser analisado é o valor pago no total pelo imóvel. O valor acordado, com a adição dos juros, poderá ser bem mais elevado do que a análise inicial pode indicar. Por fim, é necessário observar o quanto o dinheiro investido na entrada da aquisição do imóvel renderia no período, se fosse aplicado em outra forma de investimento.
A aquisição de um imóvel é considerada uma forma segura de manter o patrimônio. Afinal, financiado ou não, você adquire um bem. Por outro lado, é sempre importante que o trabalhador procure uma orientação financeira, avalie o mercado e busque outras formas de investimento.
Por Luís Fernando Santos